sábado, outubro 10, 2009

Caleidoscópio














Como já dizia Clarice Lispector: "Não sou promíscua. Mas sou caleidoscópio: fascinam-me as minhas mutações fascinantes que aqui caleidoscopicamente registro". Mutações estas, ganhas por pedaçinhos de vidros coloridos refletidos em espelhos. E quando me olho em tal objeto vejo-me desfigurar em um novo ser.
Os desenhos variam com o humor, podendo ser tingidos de um vermelho intenso ou de um azul turquesa. O verde folha mostra a esperança de novas vidas, sendo o amarelo a cor mais bela, trazendo luz à forma que mistura outras cores se fazendo única.
O tempo transforma as figuras de acordo com a necessidade da história. Ou seria a história que faz a figura com o tempo? Não sei, sou alguém sem começo, meio e fim. Mas ando conforme o tempo manda, me vestindo de emoções, razões e desejos.
Desejos que nem sempre me levam a lugares felizes, mas me proporcionam as imagens mais intensas e verdadeiras da vida. Razões, muitas vezes desconhecidas, que fornecem a segurança dos meus erros. E emoções que oferecem ao meu espetáculo os aplausos mais fortes.
E sigo, me olhando nos espelhos, na esperança de encontrar novos amores, aventuras mais loucas e, principalmente, os sentimentos mais intensos.

Beijos

Um comentário:

Dóia Veloso disse...

E de repente, não mais que de repente, como velho Vinícius já falou, me veio a vontade não mais que súbita, de retornar aqui....
será que ainda ando com o fio perdido?
Espero que gostem =x